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“Personal organizer” da mente

Já andei escrevendo sobre o tema “arrumação” da casa. Varrer o chão, arrumar armários e gavetas, organizar livros e papéis ajuda a limpar a mente e ajustar as emoções.

É o momento em que o cérebro recebe o recado para colocar a energia e a atenção em outro lugar. Ansiedade, tristeza, depressão são deixadas de lado. Afinal, se a água sanitária for usada em algum tecido de cor, já era: peça perdida.  Já aconteceu comigo.

Nesse retorno, depois de dias fora de casa, me deparei com um teste para fazer valer essa prática de como levar tranquilidade à minha cabeça.

Vamos por parte, ou melhor, por aposento. Na cozinha, o exaustor, um pequeno freezer e o filtro de água quebraram. Não sei se foi algum pico ou falta de energia ou tempo de serviço mesmo. O relógio do meu canto de trabalho se despediu. Os ponteiros estacionaram em 5hs55 e aí ficaram. O ventilador faz um barulho do outro mundo. Parece que vai sair voando pela janela. Acho que houve um acordo entre todos para pifarem de uma só vez.

As luminárias de pé da sala não funcionam. A lâmpada de uma delas queimou e levou junto o bocal. A outra apareceu com o tecido manchado – que antes não existia. Ainda bem que as luminárias do teto se mantiveram em ação.

Vivo em um bairro onde a umidade faz parte da rotina doméstica. Descobri dois lençóis, uma camisa, uma capa de almofada e uma bolsa sem condições de uso. Mesmo com as dicas que achei na internet, não consegui sucesso. Resolvi então retirar tudo o que havia nos armários onde estavam.

O furor de personal organizer explodiu. Coloquei tudo para fora dos armários. Claro, que o que estava bem delicado por causa da falha dos equipamentos ficou pior. A casa virou um terreno minado.

Além disso, resolvi doar meus livros sobre Moda, Cinema e Figurino. Decidi também trocar a mesa do escritório que estava com algumas manchas que eu não conseguia tirar. Meu marido me passou a dele. Descobrimos um defeito no cabo de rede. Enfim, o apartamento está passando por uma “geral”. Não seria exagero imaginar que vou mudar a cor de uma parede.

Esse movimento me fez enxergar a minha bagunça interna. Os equipamentos falidos, o mofo, as roupas e os livros sem uso foram se amontoando e ocupando espaço físico. Reconheci tudo isso como o reflexo do que vai dentro de mim.

A gente não percebe. Mas, o nosso emocional bagunçado se transporta para fora através da desordem mental, do medo, das atitudes paralisantes. Paralisia que dificulta até a arrumação da casa.

Enfim, acabei achando que na minha ausência esse complô doméstico foi o sinal para que eu colocasse não só a minha morada física mas, também, a mental em ordem. Estou no processo. Faxina tem lá o seu lado positivo.