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O mosquito e um sonho

Era uma vez uma adolescente que sonhava com letras, pontos, vírgulas, frases. Todas quase prontas na sua cabeça para montar histórias e mais histórias. Enfim, um livro. O tempo, aquele que rege de forma silenciosa a nossa vida, lhe mostrou outros caminhos profissionais. Seu sonho foi empurrado para frente. Quando a maturidade chegou – com todas as suas questões peculiares – trouxe junto a chance da realização de seu sonho.

Mas, um vilão magro, de pernas compridas e sorrateiro atropelou a sua rotina. O sem graça mosquito da dengue derrubou o sonho da menina hoje na fase +60.

A dengue me pegou e me deixou perdida de mim mesma. Mal, muito mal. Meu marido caiu doente junto comigo e precisou ficar internado por quatro dias. Daí, que fiquei mais desestruturada ainda.

Há anos, não sabia o que era ficar tão sem forças, com dores por tudo quanto é canto do meu corpo, com náuseas, vômito, inapetência. Fiz exame de sangue durante dez dias seguidos para acompanhar a descida das plaquetas e a loucura que as enzimas hepáticas se transformaram.

Mas, como num conto infantil, o vilão foi esmagado. Estou bem melhor. Pude retomar a revisão final do meu primeiro livro. “Um Golpe na Sorte” é fruto de uma seleção exclusiva de originais para mulheres cis e mulheres trans de todo o país lançada em 2022 pela Editora Bandeirola de São Paulo. A minha história foi uma das duas escolhidas e inaugura a coleção “Mistério Curta Bandeirola”.

“Um Golpe na Sorte” parte de um pequeno susto para gerar muita apreensão a cada folhear num suspense inspirado em situações do cotidiano nas ruas, bairros e locais do Rio.

Esse vilão também atrapalhou a campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse. A gente precisa de colaboração para poder imprimir o livro.

Estou livre da dengue, sigo firme e disposta a fazer do meu um sonho uma realidade. Vamos em frente.