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Um sol para cada um

Juro que tentei. Estou há algumas horas enfrentando a tela em branco. Apesar de nunca ter me deparado com isso, dizem que acontece com todos. Estou com dificuldade de encontrar a criatividade e as palavras certas. Só penso no calor do começo de 2023.

Chega um determinado momento de janeiro, mesmo depois de tempos chuvosos, o verão aparece com toda a sua força trazendo um sol para cada um, turista ou morador.

Essas temperaturas em torno dos 40 e sensação térmica passando dos 50 graus estão me levando à loucura. Ainda mais, levando em conta os abomináveis calores da menopausa. Meus companheiros de longa data que insistem em não me abandonar.

Ontem, fui ao supermercado lá pelas sete da noite. Quando cheguei ao caixa, ouvi a voz da moça ao longe. “Senhora, vai pagar como?” Levei uns bons segundos para responder. Um onda interna misturada ao bafo quente da loja me tiraram do prumo. Eram duas fontes de calor me pressionando ao mesmo tempo. O suor escorria por tudo quanto é pedaço do meu corpo, a pressão baixou e quase desmaiei. De novo. Consegui me recuperar e voltar em segurança para casa. Havia me desacostumado desse efeito.

Um ano atrás,  refleti sobre  “o verão carioca e a menopausa”.  O link está aqui. Achei interessante quando reli o post. A temperatura e a sensação térmica, por exemplo, eram praticamente iguais. Esqueci que é assim mesmo. Faz parte do fato de viver no Rio.

Sou carioca. Gosto dos dias ensolarados e do clima de alegria que contagia a cidade. Amo o visual do fim de tarde, principalmente, do por do sol no morro Dois Irmãos. No entanto, a cada ano me sinto menos resistente. Acho que são os anos passando velozmente pela minha vida.

As estratégias do post do ano passado precisam ser revistas. Óleo essencial de lavanda, gelo na nuca e muita água já funcionaram melhor.

Ao mesmo tempo, não curto ficar reclamando demais. Dá vontade, mas não me faz bem. Existem outros assuntos mais relevantes para serem comentados, lamentados. Calor do sol e da menopausa, verão 50 graus vão continuar por aí, entra ano sai ano.

Como escrevi em 2022, esse texto é só mais um desabafo suado. Foi o que a minha mente aquecida me permitiu escrever. Vou encarar um banho de água fria.