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Movimento para viver

Já disse algumas vezes por aqui que sou “movida a movimento”. Sei que é um exagero de linguagem. Sei também que a junção dessas palavras pode ser mal vista em um texto mais formal. Quem sabe? Mas, tenho dentro de mim a certeza de que é a assim mesmo que me sinto. Preciso me mexer!

Recebi da nossa professora Carol Brasil a dica sobre uma entrevista do médico Drauzio Varella no jornal O Globo. Depois que li, tive melhor entendimento do porquê e para que nos movimentamos: para viver!

Ele contou que começou a correr com disciplina há 30 anos: “E, sabe  quantas vezes acordei alegre, disposto, feliz para o exercício? Jamais (risos)”. E, mesmo assim, o doutor corre três vezes por semana. Disse que vê no seu corpo e na sua mente o benefício dessa rotina ao longo dos anos. “Um pouco mais de gordura, um pouco menos? Besteira. O que muda é o movimento. A vida sedentária é destruidora”. Ele tem 79 anos e está lançando um livro, “O exercício da incerteza”.

Bingo! Muitas vezes, me pegava pensando os motivos que, há tanto tempo, me fazem levantar cedo – mesmo no frio – me vestir e sair  para academia ou para a rua. Às vezes, saio somente para caminhar. Aprecio o caminho, ouço os ruídos da cidade, o som dos pássaros e do mar e retorno. Volto revigorada e acreditando que tudo vai ser melhor do que estava, que tudo vai mudar.

Nem sempre acontece o que imaginei. Mas, acredite, tenho mais condições de passar por momentos delicados que exigem de mim mais atenção, garra e discernimento. O cérebro se torna mais ágil e, ao mesmo tempo, mais tranquilo – mesmo que isso pareça contraditório – para encarar a agenda diária dos desafios do envelhecimento. Dores, ganho de peso, trabalho, filho longe de casa, necessidade de descobrir novos caminhos na maturidade são alguns dos muitos itens com os quais me deparo todos os dias. Preciso dar conta. Estou viva.

Interessante que nesses dias, consegui fazer 4k em 37 minutos, ainda num treino intervalado, correndo na esteira. E, depois passei dos 5k. Para quem há seis meses chorava de dor por causa da fascite plantar, deu para entender melhor ainda o que o médico falou. Ficar mais velha não é questão. O que importa é estar bem, com saúde e continuar a se movimentar.

Afinal, só não envelhece quem já está morto. Estou fora! Portanto, me mexo: “o sedentarismo faz mal”, completa o doutor.