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Flores de Gilberto Braga

Posso andar repetitiva. Tenho citado, fotografado flores e mais flores. Mas, hoje, não dá pra não falar sobre esse episódio da minha vida com flores: um dia recebi flores de Gilberto Braga.

Claro, que hoje lembro desse fato com muita tristeza. Coração apertado. Na real, é mais um misto de sentimentos. Quando recebi as flores de Gilberto Braga estava feliz com a entrega de um evento. Mais feliz fiquei quando cheguei em casa e vi aquele buquê enorme, lindo de flores brancas.

Hoje, se vai uma parte importante da minha trajetória como profissional de Comunicação e, porque não dizer, de telespectadora. Não dá pra esquecer os diálogos ferinos, os personagens certeiros e sempre atuais, os enredos perfeitos.

Em 2003, eu fazia parte da equipe da Central Globo de Comunicação. Uma das  minhas tarefas era executar os eventos de lançamentos das novelas, minisséries, programas especiais, e por aí vai,  da emissora. Por esse motivo, participava das reuniões para debater como seriam esses eventos sempre baseados no que cada autor desejava e que deveriam se tornar uma ação física e representativa. Depois da reunião a tarefa continuava. Teria que transformar essas decisões em realidade.

Com a notícia da morte de Gilberto Braga, me veio diante dos olhos uma dessas reuniões. Educado, firme, assertivo, chique demais e cheio de sugestões, ele falou sobre o que tinha em mente para o lançamento da novela “Celebridade”. Em momento algum, foi exigente. Foi sim, claro e coerente com o que desejava passar com a novela e, claro, com o evento de lançamento.

Tudo caminhou como deveria ser. Eventos tem seus pontos de atritos, discussões orçamentárias, planejamentos revistos. Com aquele evento no Copacabana Palace não foi diferente. Mas, quem é da área, sabe que faz parte do processo. O que vale é o objetivo comum de todos os envolvidos em realizar o evento. Usando um jargão do ramo, o que vale é “entregar o evento”.

Foi tudo lindo. A equipe do hotel tinha prazer em atendê-lo. Os salões estavam mais maravilhosos do que nunca. A equipe de produção foi realmente especial. Todos estavam extremamente alegres. Deu tudo certo.

Nesses anos de eventos, sempre me emociono em lembrar a cara de felicidade das pessoas ao fim de cada um deles. Gilberto Braga estava muito feliz, grato por tudo o que a nossa equipe havia conseguido. O rosto dele dizia isso.

No dia seguinte, quando cheguei em casa lá estava o lindo, inesquecível buquê de flores brancas de Gilberto Braga. Não acreditei. Quando li o cartão escrito de próprio punho, chorei. Pra mim, que já era fã, mais fã fiquei.

Enfim, agora, ouço a canção de abertura, Love’s Theme, da trilha da novela do meu amigo André Werneck. Continuo triste. Mas, ao mesmo tempo, vibro pela honra e sorte de ter trabalhado com um gênio como ele. Obrigada.