Nós mudamos muito ao longo da vida. Mudamos de emprego, de escola, de namorado, de marido, de casa, de país. Mudamos de roupa, de humor. Em geral, não nos damos conta dessas mudanças. Não as valorizamos.
Parece que como estamos sempre caminhando para o próximo objetivo, nos deixamos levar pelas circunstâncias da rotina. Acabamos nos esquecendo de analisar o porquê de cada mudança e, claro, o que resultou de negativo ou de positivo. Costumo refletir a respeito desse tema. Tem me ajudado muito.
Nos últimos meses, ando observando cada vez mais as questões das mudanças. Tudo por conta da chegada da minha neta. Bebês são um aprendizado em si mesmos. Não é só porque são fofos, sinceros, símbolos de renovação da vida e da esperança. E, sim, porque, também são seres em constante modificação. Precisam mudar para viver.
A cada dia que acordam – a minha neta é cheia de energia e dorme pouco para uma criança da sua idade, cinco meses – sinto que estão programados por um software para encarar o que muda ao seu redor. Na seguida, precisam aprender e prosseguir para a adaptação. Se não se adequam, a trajetória pessoal e o dia viram um problema. Há choro, frustação e há conquistas pessoais.
Claro que sei que cada ser humano tem o seu ritmo e o seu tempo. O que na minha avaliação de mãe e agora de avó, necessita de muita atenção, paciência e prática constantes por parte de quem os cerca – pais, famílçia, escolas, sociedade.
Bebês têm uma incrível força natural e primária de superação. São movidos por interpretar as dificuldades, atuar conforme a sua capacidade individual e mudar. São um ensinamento.
Um dia não sentam. Daqui a algum tempinho, conseguem se sustentar mesmo que ainda cambaleando. E quando menos se espera, já estão se arrastando, engatinhando e andando. Às vezes, pais e família não percebem esse aprendizado único de cada bebê. Com certeza, a rotina dos cuidados ofusca a visão.
Da minha parte, ando tentando aprender e entender cada mudança e cada forma que a minha neta arruma para sair das dificuldades diárias da sua curta existência. Pode ser que eu não consiga acompanhar todas as suas fases. No entanto, as que já presenciei são de uma grande valia para a vida adulta de uma avó.
