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Um desabafo diante do envelhecimento

Difícil constatar, mas a gente precisa considerar e aceitar que os anos passam. Quando menos se espera, o envelhecimento mostra todas as suas garras até nas pequenas ações da nossa rotina. Parece pesadelo.

Esse tema vira e mexe volta à minha mente. Nesse momento, mais ainda: tudo por causa das aulas de Balance – um misto de Pilates com movimentos de agilidade e força – que já pratico há alguns anos.

Professora Carol que me perdoe. Mas tem sido uma batalha comigo mesma. Tá fácil não! Logo eu que sempre amei exercícios. Fui do balé à natação passando pelo sapateado e pelo spinning. Porém, esse retorno depois de um período afastada tem sido de muita dificuldade.

Estive dois meses longe da atividade física por causa de uma viagem. Mas, não fiquei sedentária. Meu filho e minha nora moram no quinto andar de um prédio sem escadas na Alemanha. Se falta salsa para cozinhar ou amoníaco para a limpeza, é preciso enfrentar oitenta degraus. E, não reclamar.

Daí, que sempre procuro organizar as compras, principalmente, as de supermercado para não ficar em um sobe e desce constante. É verdade que, às vezes, me enrolo e acabo comprando mais do que devia. Quer dizer, além de enfrentar os andares, preciso suportar a sobrecarga das sacolas. Parece até coisa de Crossfit! Chego no apartamento com os batimentos cardíacos ultrapassando o desejável para a minha idade.

Em alguns dias, até consegui caminhar muito pela cidade. Em uma manhã de vento atravessei a ponte sobre o rio Reno rumo a outro município. Fiz a imagem aí acima. Só voltei de tram – transporte como o VLT carioca – porque começou a chover forte. Nesses percursos a pé, aproveito para fotografar prédios interessantes, cantinhos charmosos, ângulos inusitados.

Mas, nada disso foi suficiente para que os quilos a mais e a falta de mobilidade viessem me fazer companhia. Tenho sofrido bastante. Em outras épocas, a volta à rotina dos exercícios era mais simples mesmo levando em conta as dificuldades naturais de um recomeço. No entanto, dessa vez, me espantei com os tropeços e limitações.

Me atrapalho com agachamentos, saltos pequenos, flexões e alongamentos. Tudo dói. A cada aula, parece que estou começando uma atividade nova e que meu corpo pesa uma tonelada.

Ando triste. Preguiçosa.

Tenho dores e percebo o quanto é complicado encarar as restrições do corpo. Porém, estou viva.

Ouvi que a “preguiça é inimiga da vitória”. Portanto, medito, respiro. Vejo que não há outra saída a não ser continuar tentando. Para isso, graças a Deus, tenho o grupo das alunas do Balance Class e a professora Carol para me incentivar. Vamos frente!