Um cálice de vinho do Porto num bar à beira do rio Douro. Muita alegria por estar ali. Num impulso do nada, levanto. Ando no sentido da ponte Dom Luiz I. Algo me chamava. Não sabia o quê ou quem.
Olho para direita, para esquerda. Nada no caminho. Quando piso no asfalto, uma moto grande, preta, se arrasta pelo chão bem diante dos meus olhos. Senti o vento deslocado pela queda. Leva junto um homem com capacete vestido de preto. Tudo acontece na minha frente em questão de segundos.
Atrás uma van branca freia com tanta força que uma nuvem branca sobe no ar. Inunda o ambiente de um cheiro forte. Nauseante. Meu coração disparou. Desabo em lágrimas. O rapaz se levantou. Foi embora. A van retomou seu caminho. Ao fundo, as sirenes da polícia. Trêmula, chorando, agradeci pela beleza do sol de inverno caindo e pela minha vida.
