Não dava para deixar passar em branco essa eliminação antecipada da seleção da Espanha e pela terceira vez consecutiva. Agora, na Copa do Mundo do Catar, foi despachada pelo time de Marrocos. Uma imagem forte e triste veio à minha mente. De novo, lembranças com o futebol.
Para mim, essa fase de muitos de jogos, comentários, mesas quadradas e redondas é especial. Em 2022, além de tudo, tenho a satisfação de ver e ouvir mulheres narrando, comentando e em campo no trio de arbitragem. Para quem queria apenas fazer um gol – nunca fiz – é motivo de muita alegria e orgulho.
Acho que os espanhóis não imaginavam o tamanho do massacre que estava por vir. Ainda mais de uma seleção que não está na lista das mais badaladas. Os marroquinos seguram os 90 minutos usuais, os 30 de prorrogação, foram mais precisos na cobrança dos pênaltis e tinham um paredão-goleiro. Acabaram conquistando a vaga. Imagino quanta gente perdeu nos “bolões” e nos sites de apostas.
Em junho de 2014, a seleção espanhola foi eliminada ainda na fase de grupos pelo Chile em pleno Maracanã. Eu era a coordenadora da equipe de Protocolo da sede Rio de Janeiro para a Copa do Mundo. Já estava há alguns meses vivendo a preparação, a alegria e, porque não dizer, a ansiedade de fazer parte da equipe que estava realizando em território brasileiro pela segunda vez o maior evento mundial de futebol.
A pedido da coordenação geral, eu e mais uma pessoa do grupo fomos para o corredor que se formou a partir dos vestiários. Após a derrota, o time campeão de 2010 na África do Sul, do goleiro Casillas, de Sergio Ramos e de Piqué – ex-marido da cantora Shakira –, saiu em uma fila de “walking deads”.
Jogadores cabisbaixos, sem forças para chegar até o ônibus que os aguardava no estacionamento. Alguns choravam. Assisti essa cena da saída dos espanhóis de coração partido. Derrotas não caem bem para ninguém, ainda mais de um grupo que chegou ao Brasil como o melhor do mundo.
Mais um das lembranças que o futebol me deixou.
