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Mais uma chance para aprender

Não há só um dia na minha vida em que eu não aprenda alguma coisa ou que me lembre que devo estar sempre em busca de aprender mais e mais.

Pela manhã, fiz mais uma das muitas corridas guiadas e montadas pela professora Carol Brasil. Dessa vez, no clima dos hits dos anos 1980. Como venho dizendo há alguns meses, ainda estou me recuperando – até aqui, não posso reclamar – da fascite plantar e das complicações criadas por ela.

Os treinos são distintos e sempre têm uma trilha sonora entrecortada pela voz dela que guia a duração de cada estímulo, seja correndo ou caminhando. O processo tem dado certo comigo e, acredito, que com as outras companheiras de turma. Como somos diferentes, as respostas não são iguais. Cada um alcança seus objetivos em momentos e em uma velocidade individuais. O importante, como sempre ouvimos, é manter o corpo em movimento e focar no fim do treino. Enfim, se assim for, vamos em frente.

Essas trilhas sonoras sempre têm um tema específico que nos estimula a enfrentar o treinamento. Pode ser o Carnaval, o Oscar, o Natal ou um estilo musical, da bossa nova ao samba passando pelo funk. A de hoje, teve a canção “Somos quem podemos ser” dos Engenheiros do Havaii de 1988.

“Um dia me disseram. Que as nuvens não eram de algodão. Um dia me disseram. Que os ventos, às vezes, erram a direção”.

Como já eu estava em um das fases de recuperação – o treino foi intervalado – pude ouvir as palavras com mais cuidado. Nos setenta e cinco segundos de uma quase volta calma e caminhando rápido, me dei conta das mudanças desses últimos tempos dentro e fora de mim.

 “As nuvens não eram de algodão” e os ventos de fato erraram a direção. Ninguém esperava a parada brusca, o medo do vírus, a incapacidade do país de enfrentar uma pandemia.  E, eu descobri que estou no grupo de risco por conta da idade. Vivemos o momento de embriaguez da última linha da terceira estrofe. Desafiador.

“A vida imita o vídeo. Garotos inventam um novo inglês. Vivendo num país sedento. Um momento de embriaguez.”

Mas, nos poucos segundos que me restavam ainda andando, escutei as duas últimas frases.

“Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter”.

Todo dia, procuro apreder o que me leve ao conhecimento cada vez maior de mim mesma para ter o sonho que eu possa ter. Sigo o caminho me lembrando que tenho condições de chegar até o local que eu desejar.

Fui mais longe do que eu imaginava quando comecei o treino da vida e da corrida. É sempre uma inspiração. É sempre uma vitória particular.