Ando pensando muito no filme da Pixar/Disney, “A vida é uma festa”. No original, se chama “Coco”, o nome da abuelita (vovozinha) do menino Miguel que volta ao mundo dos mortos no dia deles, 2 de novembro.
A lembrança é por conta das dores que venho sentindo. Fui às lágrimas diversas vezes. Não vou comentar beleza do roteiro. Iria me faltar espaço e disposição da sua parte a leitura.
No enredo, os esqueletos que Miguel encontra na “Terra dos Mortos” dançam, conversam e cantam como se estivessem em um musical. Eles se movem com graça. Seus ossos caem para em seguida se recomporem. Em alguns momentos, até voltam para o local errado. Por exemplo, perna vai para o braço ou vice-versa. É divertido, apesar do assunto central ser a morte.
Por que lembrei do filme? Estou com tendinite na área do púbis e, para me deixar mais fora do eixo, nos glúteos também. Com as dores, acho que, às vezes, minha perna direita vai para um lado e os quadris para outro como os esqueletos/personagens do filme. Foi a ressonância magnética que de fato provou a suspeita inicial do médico e da fisioterapeuta. Cheguei até a contar a viagem sideral que fiz durante esse exame.

Meu esqueleto pediu socorro que manifestou na inflamação dos tendões, a tal da tendinite. Como sou avessa à medicação, evitei a todo custo tomar anti-inflamatórios: fico mal do estômago. Mas, há alguns dias, precisei deixar de lado o medo e encarei um ciclo de 10 comprimidos. Por hora, não senti nada diferente. As dores diminuíram.
Com a confirmação do diagnóstico, tive a certeza de que meu esqueleto precisa de outros cuidados para não desmontar de vez. Resultado: corrida não mais, pelo menos, até a inflamação acabar e a bacia e os quadris voltarem a suportar o impacto das passadas. Fiquei triste. No entanto, a realidade se impõe. Preciso de um trabalho físico funcional específico com o objetivo de sanar as dores e de me devolver força, elasticidade e mobilidade. E, óbvio, fisioterapia, fisioterapia…..
Além disso, comecei uma reeducação alimentar mais objetiva. Sempre tive uma alimentação saudável, porém ela estava desiquilibrada e inadequada ao meu ritmo atual e, claro, à minha idade. Nesse último ano repleto de novidades, como a chegada da minha neta e a publicação do primeiro livro, meu esqueleto precisou suportar mais quatro quilos. Um total desastre.

Tenho também ficado mais sentada por conta dos textos. Péssima atitude. Necessito levantar em intervalos cada vez mais curtos para mover o esqueleto e alongar. Quando começo a escrever, minha mente e minha alma me levam para tantos caminhos que esqueço de me cuidar. É um desafio. Me prometo tentar.
Como diz o grande Gilberto Gil: “é uma questão de conformidade, conforme a idade”. Vamos em frente sem deixar o esqueleto desmontar.