E não é que lá fui eu de novo para outras ilhas do Mar do Norte?
Foram cinco dias fora da cidade onde sempre pousamos no sudoeste alemão, Mannheim. 1.945 km de ida e volta em um carro do ano 2001 repleto de equipamentos de DJ, malas pequenas e uma bebê de 1 ano e 5 meses.
Dormimos em 3 locais diferentes. Em um deles ficamos apenas 12 horas: um Airbnb de uma micra cidade na região de Bremen. Enfrentamos um mega engarrafamento em Hamburgo por causa de obras na pista perto do porto. Aliás, na Alemanha parece que tem obra para tudo quanto é lado. Atravessamos duas vezes o Mar de Warden, a parte do Mar do Norte que fica entre as ilhas e a costa alemã.
Barca pra lá, barca pra cá, chegamos à primeira ilha: Amrum, onde ficamos exatas 15 horas. A travessia levou 1h45. O bom é que é permitido carro. Chegamos em menos de 5 minutos à pousada partindo do pequeno porto insular.
São 10 km de extensão e 2,5 km de largura. Pequena e linda. Uma natureza que à primeira vista parecia inóspita: dunas, um tipo de capim alto misturado a flores na cor da embalagem de ‘Sonho de valsa”. Um conjunto de vegetação que é de uma beleza distinta do que já havia visto. Me encantou.
A praia voltada para o Mar do Norte tem uma areia bem fininha e clara, ao contrário da outra ilha, Juist. Para chegar até lá caminhamos 1,50 km a partir da pousada. Ou seja, quase atravessamos a ilha toda a pé. O vento dessa vez estava mais manso. Não deixou de soprar, mas foi mais carinhoso com os cariocas.
Partimos no barco de 7h15 da manhã de novo rumo às maravilhosas autobahns alemãs. Mais 450 km. Depois, outro barco, bem menor e sem direito a carro. E, lá fomos nós carregando o monte de bagagens com destino a Wangerooge.
Nos aborrecemos com o povo da DB (Deutsch Bahn) no porto de Harlesiel, ainda no continente, que administra o tal barco e também um trenzinho antigo e charmoso que leva os passageiros de um atracadouro bem pequeninho até a estação no centro de Wangerooge. É a menor e mais oriental das ilhas Frísias: 7,94 m². Sobre o dissabor com o funcionário da DB, soube depois que é comum desavenças com o pessoal da empresa.
Me apaixonei pela praia de areias também muito claras de Wangerooge. O clima é de verão do Rio, muita gente passeando na única calçada, bares cheios, cerveja. A diferença está no monte de “strandkorbe”, as barraquinhas de praia do alemão. Na foto da abertura dá pra perceber a arrumação delas.
Nosso hotel era fofo com café da manhã espetacular e instalações renovadas já que foi fundado em 1904.
Fiquei pensando: “Nossa, acho que o vento do Mar do Norte esqueceu de mim. Tô bem carioca usando sandálias havaianas, short, camiseta e boné. 25 graus.
Bem, na manhã seguinte, data da nossa partida de Wangerooge, a temperatura baixou para 14 graus. Teve até rajada e barulho de vento e chuva forte.
Tem jeito não. Como já disse em outro post, o vento é o que mais me impressionou no Mar do Norte. Não é à toa o mega interesse na construção de mais e mais parques de energia eólica em suas águas. As torres de 300 metros de altura são visíveis da praia. Parece imagem de filme de ficção científica. Impressionante.