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Joelhos 60+

Balançando. Torto. Instável.

Desiquilibrado. Barulhento. Dor.

Por que não obedeceu os passos de um trote leve? Nem era uma corrida à vera!

Mais uma vez, ferrei meu joelho esquerdo.

Estava tudo tão bem, por que arrumar outro problema? Por que precisar passar por radiografia, medicação anti-inflamatória e analgésica, compressa de calor e fisioterapia? Por que?

Estava me sentido ótima. Sem incômodo algum, com peso corporal baixando e atividade física em progresso constante. Pois, foi aí que tudo começou: alta confiança demais dá nisso.

Passei tantos meses com dores por causa da tendinite no púbis e no glúteo mínimo – repetindo o que o laudo da tomografia identificou – que esqueci que tinha joelhos. E joelhos de uma mulher 60+. Por mais fortalecimento e musculação que eu faça, o esqueleto apontou a idade cronológica.

No dia que fui à consulta com o ortopedista, havia muita gente esperando. Dentre elas, um senhor de quase 90 anos, suponho. Muito simpático, falante, usava uma bengala e estava acompanhado de uma cuidadora. Essa, por sua vez, muito animada e de bom humor.

Lá pelas tantas, ele saiu com essa: Descobri que estou velho”. Todos se voltaram na sua direção. Ele prosseguiu. “Quando era jovem, decidi que quando me aposentasse, iria fazer uma viagem de 3 meses ao redor do mundo em um lindo navio. Agora, é tarde. Estou velho mesmo. Esse joelho não me deixa”.

Foi a dica. Pensei logo, fiz merda mesmo. Tem certas coisas que não posso fazer mais. Tenho joelhos.

Um detalhe. A corridinha de leve que provocou a tal dor foi exatamente uma semana antes do “Celebration Tour” de Madonna. Passei os dias anteriores ao show, angustiada não só pela dor física, mas, também, pela emocional. Como não ir?

Mantive a dosagem do analgésico, coloquei mais compressa de calor, calcei o par de tênis mais estável. Me diverti e dancei nas areias de  Copacabana ao som de “Vogue”, “Music”, “Papa don’t preach” etc.

Afinal, “Nothing really matters”.

Bem, o dia seguinte, foi o dia seguinte.