Contos, histórias… e algo mais.

Guiga Soares

Dizem que a gente não escapa do destino. Não sei se é verdade. Reflito sempre se quando inaugurei essa nova fase da vida foi por pura consequência profissional ou se simplesmente estava cumprindo meu destino.

Precisei chegar à maturidade para entender que deveria permitir que contos, crônicas, histórias e frases tomassem as ruas. Melhor dizendo, tomassem as telas

Aprendi a ler aos 4 anos. Só meu pai guardou um bilhetinho meu que parece foi escrito quando eu tinha 6 anos. É o único registro que tenho dessa fase de iniciação à escrita. Nem sabia da existência dele. Estava na caixa que ele deixou após a sua morte em 2014.

Nela havia cartas, fotos, documentos da vida das nossas famílias – brasileira e dominicana – inclusive, das minhas bisavós paternas, netas de escravas e já nascidas depois da Lei do Ventre Livre. Tudo estava guardado no armário dele na casa do meu irmão com quem ele viveu até morrer. Nunca esse material havia sido mexido até 2020. Foi uma surpresa que me animou a navegar na benção e na magia das palavras.

Sempre escrevi. Jogava tudo fora. Na adolescência, antes da existência do computador, rasgava e jogava no lixo. Tinha raiva daquele monte de linhas, de temas fantásticos e de personagens que eu considerava vazios ou loucos. Já nos tempos digitais, apagava os arquivos. Só as ideias ficaram na minha cabeça. Me martelavam como gotas de água em dia de chuva forte.

Palavras são mágicas, cura para a alma e força para a minha existência e, claro, para uma busca tenaz de transformar ideias em frases e diálogos.

Enfim, chegou a hora. Não descarto mais nada, mesmo que algo fique escondido por algum tempo em uma pasta dos meus arquivos digitais ou em anotações em algum caderno.

Foi assim que começou a nascer o tema de “Um Golpe na Sorte”, meu primeiro livro publicado pela independente Editora Bandeirola de São Paulo e finalista do Prêmio ABERST de Literatura na categoria “curta narrativa”.

Conheça um pouco mais sobre mim…

Sou jornalista e especialista em Comunicação e Relacionamento Corporativo. Carioca formada em Comunicação Social com pós-graduação em Marketing pelo IAG (Instituto de Administração e Gerência) e em Sociologia Política e Cultura, ambos pela PUC-Rio.

Tenho também o curso de Formação Executiva em MKT Digital pela FGV-Rio e de redes sociais pela M2BR. Além de outras línguas, tenho diploma em Espanhol (DELE nível C1). Esse, aliás, veio para reorganizar minhas ideias no idioma já que foi o primeiro que ouvi. Minha mãe era da República Dominicana com ascendência espanhola e francesa. Portanto, eram com as palavras em espanhol que ela me fazia dormir e acordar. Foram as primeiras que eu ouvi. Até ir para a escola, aos três anos e meio, só me comunicava em espanhol.

Como jornalista, trabalhei em vários órgãos da mídia impressa, como O Globo, Jornal do Brasil e a editora Manchete. Na TV Globo, fui responsável pelo departamento de Relações Públicas e Eventos com foco no planejamento, treinamento e execução das ações e eventos de lançamentos e divulgação dos produtos da emissora.

Atuei nos Jogos Pan-Americanos 2007 do Rio na área de atendimento corporativo. Na Copa do Mundo de Futebol da FIFA em 2014, trabalhei como coordenadora do setor de protocolo nacional e internacional na cidade-sede Rio de Janeiro com base no Maracanã.

Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, estive em duas áreas: no setor de protocolo e como gerente de integração de segurança. Nesta última função, fui responsável pelo relacionamento entre as forças públicas das três instâncias do governo brasileiro e dos vários outros governos estrangeiros, os comitês olímpico e paralímpico internacionais e a equipe que criou, dirigiu e executou as quatro cerimônias no Maracanã.

Tive uma forte e longa atuação no mercado da moda, como produtora, stylist e coordenadora de fotos, anúncios e desfiles no Rio e em São Paulo. Nessa fase, operava também no mercado publicitário como figurinista.

Foi atuando no setor da Moda, que tive o privilégio de ser aluna do curso de Madame Marie Rucki do Studio Berçot de Paris, uma mestra que vinha de tempos em tempos a São Paulo. Com ela, aprendi muito sobre estilo, harmonia e respeito ao que cada pessoa tem de verdade dentro de si.

Todas as vezes que eu tentava desenhar ou fazer croquis além da minha capacidade genuína, ela dizia atrás de um grande par de óculos e em uma mistura de francês, inglês e espanhol : “Deixe seu ser fluir. Não queira ser como o outro, como a outra. Cada um tem a sua verdade”. Talvez por causa dessas palavras me lembrei dela quando escrevia esse texto. Chegou a hora de deixar esse ser fluir nas minhas palavras e histórias.

Guiga Soares

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